Análise da Seleção Brasileira de Basquete Masculino na Copa do Mundo

Meus amigos e treinadores, seguem abaixo minhas observações sobre a atual seleção brasileira de basquete masculino durante a Copa do Mundo de 2023.

Assisti o jogo contra a Espanha e pensei que o Brasil poderia ter vencido se usasse estratégias pouco convencionais para defender o pick and roll, o drive-and-kick e o chute de 3-pontos.

Observei defensivamente problemas nas rotações defensivas e no nível de flutuações, frequentemente deixando os arremessadores de três pontos abertos no perímetro. Sem falar na forma passiva na marcação do pick-and-roll.

Depois veio o jogo contra o Canadá. Defesa agressiva limitando o time canadense a 65 pontos. Mais agressividade no rebote defensivo. Esta foi uma grande conquista! Porém, durante este jogo, o Canadá teve um péssimo desempenho de arremessos, já que o time canadense teve uma performance muito abaixo do seu potencial; 33% FGA (21-63) e 27% da linha de três (8-30). Mas, querendo ser positivo, vamos dar crédito à defesa da seleção brasileira.

Depois vem o jogo contra a Letônia, a defesa do Brasil permite 104 pontos. Isso é incrível! Se assumirmos que uma equipe tem durante um jogo de basquetebol, uma média de 70 posses de bola por jogo, isso significa que a equipe letã marcou 1.5 pontos por posse de bola. Eles arremessaram 48.5% da linha de 3 pontos (16 de 33).

Será novidade que a Letônia é uma equipe que possui bom aproveitamento e arremessadores da linha de 3 pontos? Claro que NÃO! Então qual foi o plano de jogo defensivo utilizado para tirá-los do ritmo ofensivo e defendê-los de forma eficiente? O Brasil utilizou a mesma forma convencional utilizada pela maioria das equipes, ou seja marcou por zona ou individual, extendendo a pegada defensiva em algums momentos do jogo.

Qual foi a estratégia, o plano de jogo, para tirá-los do equilíbrio e ritmo ofensivo? Qual foi a estratégia para manter a bola longe dos principais pontuadores e do armador principal?

Como eu observei no jogo contra a Espanha, a defesa do Brasil continuou a ser reativa as ações do ataque. A linha do passe para os jogadores principais nunca foi negada. Observe que essas mesmas perguntas e cobrança estão, sendo feitas para o Steve Kerr. A seleção dos EUA não conseguiu impedir os arremessos de 3-pontos da Lituânia pois usaram estratégias defensivas convencionais.

Defender os jogadores de maior talento depois que estes recebem a bola é muito mais difícil do que forçá-los a se moverem e a tentar se desmarcar, sem a bola, para receber o passe.

Geralmente, quando o armador percebe que a linha do passe está negada, ele vai para o outro lado ou procura um outro jogador para passar a bola. Os jogadores letões são jogadores experientes e se lhes lançarmos estratégias defensivas convencionais, isso não afetará o jogo deles.

Hoje em dia, podemos observar que ninguém é cego e que todas as equipes disputando esta copa do mundo arremessam com eficiência da linha dos 3 pontos. A diferença é que algumas equipes possuem um maior número de jogadores que conseguem chutar com eficiência da linha dos 3 pontos.

De qualquer forma, ainda acredito que defensivamente a seleção brasileira está muito abaixo quando comparado ao seu potencial ofensivo. Este grupo tem um enorme potencial, mas para ter sucesso necessita de audácia e de estratégias defensivas e planos de jogo ousados baseados em estática.

Meus amigos e colegas treinadores, possuímos jogadores rápidos, de boa estatura e com capacidade ofensiva acima da média. É hora de ser mais audacioso e agressivo defensivamente. Ser proativo e não reativo.

O ataque flui muito bem faltando apenas acertar a defesa! O estilo de jogo convencional favorece apenas equipes com talento superior. Esta é uma crítica construtiva porque eu aprecio o talento individual dos nossos jogadores.

Tenho fé em dias melhores para o basquetebol nacional.