O Esporte Brasileiro Demanda: Reestruturação Já!

Amigos e amantes do esporte,

A situação do esporte brasileiro, apesar dos incentivos da televisão, é catastrófica. Algo tem que ser feito pois do jeito que está não pode continuar.

Nossos clubes tradicionais estão a beira do abismo por falta de uma legislação financeira determinada pelas confederações e por falta de administradores competentes.

Lembro que a décadas atrás, o mesmo estava acontecendo com as equipes profissionais americanas.

Devido a falta de jogos competitivos e a disparidade técnica das equipes, as entidades responsáveis decidiram adotar regras financeiras (Salary cap=teto salarial) e o “draft”.

O teto salarial é um teto que limita os salários totais que uma equipe pode pagar a seus jogadores em cada temporada ou durante um ano de teto salarial.

O “draft” é um evento anual no qual as equipes podem selecionar jogadores elegíveis de outros clubes, de ligas e países. A seleção destes jogadores é determinada pela posição de cada equipe no campeonato do ano anterior. Ou seja, as últimas colocadas são as primeiras a draftar os jogadores elegíveis.

A situação atual dos clubes e da maioria dos esportes olímpicos requer que algo seja feito pois o status quo não é sustentável.

No caso do Flamengo, um campeonato brasileiro forte seria bom para todos. A disparidade técnica e financeira atual entre os clubes que participam das ligas e dos campeonatos estadual e nacional não é saudável para o esporte.

Para o torcedor roxo do Flamengo, eles estão pouco interessados na fragilidade dos seus adversários, pois eles querem ganhar e quanto mais fácil melhor.

Como eu mencionei antes, o mesmo aconteceu no esporte profissional americano. Audiência televisiva, recursos de marketing e patrocinadores, a presença de público nos estádios e arenas estavam caindo drasticamente.

Os administradores das ligas e conferências em razão disto, decidiram adotar uma legislação que oferecesse condições para as equipes se tornarem mais competitivas e “saudáveis” financeiramente. A sobrevivência da liga demandava mudanças!

Hoje em dia, o esporte americano, especialmente o baseball, o basquetebol, o soccer e o futebol americano estão crescendo e a cada ano mais competitivos e arrecadando muito mais.

Outro componente técnico adotado pelas entidades esportivas americanas foi a forma de disputa. Eles adotaram um sistema de pontos corridos, mas incluíram o play-off.

Para muitos o play off não é “fair”, pois oferece a oportunidade de uma equipe que não se colocou entre as 5 primeiras na competição a oportunidade de ganhar o campeonato. No futebol brasileiro, a maioria dos clubes entram na competição com o objetivo de não cair. Isto é nivelar por baixo.

Imaginem um campeonato brasileiro com todas as equipes com condições de participar dos playoffs e consequentemente de uma final. Isto iria em muito melhorar o nível e a qualidade dos nossos técnicos e jogadores. Afetando positivamente as seleções nacionais de todas as modalidades.

A competição de pontos corridos no futebol, também, não contribui, positivamente em nada para melhorar a situação dos clubes que dela participam.

Algo tem que ser feito já. A sobrevivência de clubes tradicionais com vínculos a nossa história e cultura esportivo demandam mudanças.

Não basta apontar para os erros administrativos, a corrupção e a falta de gestões competentes como a causa maior para a decadência do nível atual do futebol.

O futebol e os outros esportes olímpicos estão entrando na CTI. Alguns clubes já estão nas unidades de tratamento intensivo e, sinceramente, com poucas chances de reverterem o quadro atual.

Algo tem que ser feito Já!

Seleção Não É Para Teste

Opinião: A importância da experiência.

Faltou EXPERIÊNCIA para o Renan liderar a equipe de volley masculina às finais. Um Técnico para atuar, principalmente em uma Olimpíada, precisa de km rodada e de experiência de jogo em competições de alto-nível.

Tudo faz parte de um processo. Dirigir uma Seleção ou uma equipe profissional não é para teste. Não basta ter sido bom jogador.

Infelizmente a política esportiva no Brasil, para a escolha de um técnico, não é baseada em um histórico de competência e sim em quem pode  liderar o grupo sem problemas e conflitos com os jogadores.

O Renan não é um técnico ruim, é um técnico em formação, e não merece a crítica, porém a ele foi dada uma responsabilidade sem estar preparado para tal.

Esta derrota o rotulou como um técnico incompetente e perdedor e isto será um  obstáculo que exigirá muito do Renan para poder recuperar o respeito profissional perdido nesta Olimpíada.

Walter Carvalho, Consultor Técnico para o Basquetebol nos EUA.