O Basquetebol Atual Não é Pensado

Artigo republicado: O Basquetebol de hoje é mais físico e menos pensado quando comparado com o de gerações de craques em um passado não tão distante.

Os treinamentos, especialmente na base, não são equilibrados. A prática e a memorização de estratégias passou a ser mais importante e mais enfatizada do que o desenvolvimento dos fundamentos do esporte durante os treinos.

No basquetebol de alto-nível as equipes estão utilizando táticas e planos que demonstram não serem baseados em dados estatísticos e nas características individuais dos seus jogadores. Todos praticam um sistema único de jogo.

Durante os jogos, observa-se a ausência de um plano de jogo tático com defesa planejada de acordo com as características do adversário, e um ataque não padronizados zado, imprevisível e equilibrado de fluência de bola e homem que explore a habilidade, a criatividade, e a individualidade dos jogadores.

Observa-se, também, a maioria das equipes abusando dos arremessos de três pontos, mesmo sem convertê-los.

Apesar da média baixíssima de aproveitamento, continuam a arremessar da linha de três-pontos de uma forma descontrolada chegando a uma ridícula média de 20% de aproveitamento da linha de três.

Estes exemplos acima não são compatíveis com a prática de um basquetebol inteligente e de um basquetebol pensado.

Devido a cobertura televisiva da NBA para o mundo, jogadores das categorias de base e adulta estão sendo influenciados de forma negativa a praticar este estilo de basquetebol.

Isto está sendo um desastre para a formação de jogadores e para os poucos técnicos que ainda são professores do esporte.

A falta de controle e disciplina técnica e tática durante os jogos não servem de espelho para nenhuma equipe de qualquer categoria de base no mundo.

Não sou contra o arremesso de três pontos, pelo contrário, porém acredito que este tem que ser explorado de forma equilibrada.

A prática do Basquetebol atual com as equipes arremessando mais bolas de três do que de dois pontos durante os jogos é antagonista a prática de um basquetebol moderno, eficiente e de “alto-nivel”.

A seleção de arremessos atualmente no basquetebol é um segmento do esporte em dormência.

Aprecio o potencial de arremesso do Curry, Thompson e do Kevin Durant, entre outros. Como também apreciei, e muito, a habilidade do Marcel, Oscar, Paula e Hortência. Estes Jogadores eram gênios e possuíam uma eficiência para o arremesso extraordinária. Eram gênios e monstros deste fundamento.

Porém, nem todos possuem talento para tal e, hoje em dia, todos acham que podem continuar a atirar bolas de três-pontos mesmo mantendo uma porcentagem de aproveitamento de ou abaixo de 25%.

Esta baixa porcentagem de aproveitamento negativamente afeta um dos objetivos importantíssimos do basquetebol que é aumentar a porcentagem de pontos e aproveitamento por posse de bola.

Infelizmente, esta situação é desastrosa para o esporte e é evidenciada em todos os níveis.

O pior é que a maioria das equipes terminam seus jogos com média de aproveitamento e “turnovers” por jogo alarmantes; características estas de um basquetebol sem controle e não pensado!

Coach Carvalho é Consultor Técnico para o Basquetebol da WA Sports como sede nos EUA. Para contatos escreva para info@wasportsconsulting.com

O Basquetebol Brasileiro Perdeu o “DNA”?

Em um passado não muito distante, ainda recordo que quando garoto eu ia para o Maracanazinho assistir torneios internacionais de basquetebol.

Naquela época equipes do primeiro escalão do basquetebol mundial, como Argentina, Mexico, Iugoslavia, Cuba, Porto Rico, União Soviética além de equipes fortes do universitário americano vinham para o Brasil jogar contra o nosso selecionado nacional. Que espetáculo!

Assistíamos jogos técnicos de basquetebol, ou seja, um basquetebol de craques e bem jogado tecnicamente e taticamente.

Infelizmente não tive a oportunidade de assistir a geração de Amaury Passos, Victor, Rosa Branca, Wlamir Marques e Algodão jogar mas acho que seria igualmente fantástico, especialmente para um jovem, como eu, apaixonado pelo basquetebol.

Por duas décadas, a de 70 e a de 80, assisti jogos do nosso selecionado com orgulho, pois os nossos craques eram talentosos e carismáticos dentro e fora da quadra.

A torcida cobiçava autógrafos de nossos ídolos e os tratavam como heróis nacionais.

Jogadores fantásticos como Ubiratan, Edvar, Hélio Rubens e irmãos, Menon, Mosquito, Joi, Carioquinha, Adilson, Fausto, Dodi, Marquinhos, Ze Geraldo, Sergio Macarrão, Luisinho, Pedrinho, Felipão, Jomar, Gogo, Doinha, Manteiga, Rogério, Aurélio, Pedrinho, Peixotinho, Paulão, César, William, Aurélio, Barone, Edinho, Felinto, Marvio entre outros e depois veio a geração fantástica de Marcel, Maury, Oscar, Marcelo Vido, Guerrinha, Saiani, Cadum, Nilo, Gilson, Rolando, Israel, Fernando, Agra, Robertão, Zezé, Gerson, Paulinho entre outros.

Durante este período o nosso basquetebol estava recheado de bons jogadores e técnicos como Pedroca, Edson Bispo, Claudio Mortari, Emanuel Bonfim, Kanela, José Medalha, Renato Brito Cunha, Edvar, Helio Rubens, Tude Sobrinho, Seu Gleck, Marcelo Cocada, Marcos, Epaminondas, Paulo Murilo, Zé Pereira, Waldir Boccardo, Guilherme entre outros.

Nosso selecionado e as equipes dos clubes eram fortes tanto tecnicamente quanto taticamente.

Jogávamos um basquetebol leve, de contra-ataque e criatividade, ou seja, praticavamos um “basquete brasileiro”, dinâmico e de quadra-toda.

Nossas equipes eram dirigidas por técnicos que colocavam em prática suas próprias filosofias de jogo.

Nossos experientes técnicos não copiavam o basquetebol de outros países e jogadas de outras equipes. Eles adequavam o que aprendiam as características dos jogadores de suas equipes.

Existia também um trabalho forte nas divisões de base dos clubes.

Nossos jogadores eram formados nas divisões de base – não eram jogadores comuns, mas craques!

Jogadores estes que dominavam os fundamentos básicos do jogo. Os campeonatos carioca e paulista eram fantásticos. Super competitivos e de um nível técnico superior.

As equipes todas sem excessão eram dirigidas por técnicos brasileiros, experientes e capazes.

Infelizmente o nosso basquetebol está a alguns anos descaracterizado, e perdendo o nosso DNA.

Praticamos um jogo e uma filosofia que não se encaixa as características individuais de nossos atletas e de nossa cultura.

As equipes em sua grande maioria praticam um sistema único de jogo previsível que enfatiza o pick-and-roll. O basquete de hoje, passou a ser uma competição desenfreada de arremessos de 3 pontos com um alto número de Turnovers.

Nossas equipes arremessam mais bolas de 3 pontos do que de 2. Mesmo quando estatisticamente provado de que os arremessos de 2 e 3 pontos têm que ser praticados de forma equilibrada, pois sem este equilíbrio, as equipes não conseguirão aumentar a porcentagem de aproveitamento de arremesso por posse de bola.

Atualmente, o nosso selecionado é dirigido por um técnico estrangeiro e os nossos jogadores, especialmente os de nosso selecionado, não jogam mais no Brasil.

Ainda me lembro como se fosse ontem que o único e primeiro jogador brasileiro a jogar no basquetebol internacional foi o Ubiratan.

Hoje, também, não somos mais a segunda força no esporte brasileiro e nossos clubes estão falidos e não participam mais dos campeonatos estaduais de base e de 1a-divisão.

Nossos ginásios durante competições estaduais e nacional estão praticamente vazios.

O campeonato carioca da 1a divisão no Rio não existe mais. As instalações para a prática do basquetebol na base também deixam muito a desejar.

Enfim nosso basquetebol perdeu o “DNA” e está falido financeiramente.

Acredito, porém, que se o esporte ba “bola laranja” for estruturado e dirigido por pessoas competentes, poderemos de uma forma eficiente soerguer o nosso esporte.

Afinal, precisamos deixar um legado para esta juventude – um legado de características brasileiras para que assim o nosso povo possa mais uma vez abraçar o basquetebol como o segundo esporte do país!

Resumindo perdemos a nossa identidade. Precisamos voltar a dar valor ao que é Brasileiro com orgulho de nosso país e tradição!

Formações Históricas

  • 1970: Vice-Campeão Mundial (Ljubljana, Iugoslávia)
  • Time: Hélio Rubens, Rosa Branca, Wlamir Marques, Menon e Ubiratan.
  • Téc: Kanela.
  • Principais Suplentes: Edvar Simões, Mosquito e Sérgio Macarrão.
  • 1971: Medalha de Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Cali
  • Time: Hélio Rubens, Mosquito, Menon, José Aparecido e Marquinhos Abdalla.
  • Téc: Édson Bispo.
  • Principais Suplentes: Carioquinha, Dodi e Adílson.
  • 1978: Medalha de Bronze no Mundial (Manila, Filipinas)
  • Time: Carioquinha, Marcel, Oscar Schimdt, Gílson Trindade e Marquinhos Abdalla.
  • Téc: Ary Vidal.
  • Principais Suplentes: Hélio Rubens, Fausto Giannechini e Ubiratan.
  • 1986: 4o lugar no Mundial da Espanha
  • Time: Maury, Marcel, Oscar Schimdt, Gérson Victalino e Israel Machado Campelo Andrade.
  • Téc: Ary Vidal.
  • Principais Suplentes: Guerrinha e Paulinho Villas-Boas.
  • 1987: Medalha de Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, EUA
  • Time: Guerrinha, Marcel, Oscar Schimdt, Gérson Victalino e Israel Machado Campelo Andrade.
  • Téc: Ary Vidal e José Medalha
  • Principais Suplentes: Maury, Cadum, Paulinho Villas-Boas e Pipoka.

O Esporte Brasileiro Demanda: Reestruturação Já!

Amigos e amantes do esporte,

A situação do esporte brasileiro, apesar dos incentivos da televisão, é catastrófica. Algo tem que ser feito pois do jeito que está não pode continuar.

Nossos clubes tradicionais estão a beira do abismo por falta de uma legislação financeira determinada pelas confederações e por falta de administradores competentes.

Lembro que a décadas atrás, o mesmo estava acontecendo com as equipes profissionais americanas.

Devido a falta de jogos competitivos e a disparidade técnica das equipes, as entidades responsáveis decidiram adotar regras financeiras (Salary cap=teto salarial) e o “draft”.

O teto salarial é um teto que limita os salários totais que uma equipe pode pagar a seus jogadores em cada temporada ou durante um ano de teto salarial.

O “draft” é um evento anual no qual as equipes podem selecionar jogadores elegíveis de outros clubes, de ligas e países. A seleção destes jogadores é determinada pela posição de cada equipe no campeonato do ano anterior. Ou seja, as últimas colocadas são as primeiras a draftar os jogadores elegíveis.

A situação atual dos clubes e da maioria dos esportes olímpicos requer que algo seja feito pois o status quo não é sustentável.

No caso do Flamengo, um campeonato brasileiro forte seria bom para todos. A disparidade técnica e financeira atual entre os clubes que participam das ligas e dos campeonatos estadual e nacional não é saudável para o esporte.

Para o torcedor roxo do Flamengo, eles estão pouco interessados na fragilidade dos seus adversários, pois eles querem ganhar e quanto mais fácil melhor.

Como eu mencionei antes, o mesmo aconteceu no esporte profissional americano. Audiência televisiva, recursos de marketing e patrocinadores, a presença de público nos estádios e arenas estavam caindo drasticamente.

Os administradores das ligas e conferências em razão disto, decidiram adotar uma legislação que oferecesse condições para as equipes se tornarem mais competitivas e “saudáveis” financeiramente. A sobrevivência da liga demandava mudanças!

Hoje em dia, o esporte americano, especialmente o baseball, o basquetebol, o soccer e o futebol americano estão crescendo e a cada ano mais competitivos e arrecadando muito mais.

Outro componente técnico adotado pelas entidades esportivas americanas foi a forma de disputa. Eles adotaram um sistema de pontos corridos, mas incluíram o play-off.

Para muitos o play off não é “fair”, pois oferece a oportunidade de uma equipe que não se colocou entre as 5 primeiras na competição a oportunidade de ganhar o campeonato. No futebol brasileiro, a maioria dos clubes entram na competição com o objetivo de não cair. Isto é nivelar por baixo.

Imaginem um campeonato brasileiro com todas as equipes com condições de participar dos playoffs e consequentemente de uma final. Isto iria em muito melhorar o nível e a qualidade dos nossos técnicos e jogadores. Afetando positivamente as seleções nacionais de todas as modalidades.

A competição de pontos corridos no futebol, também, não contribui, positivamente em nada para melhorar a situação dos clubes que dela participam.

Algo tem que ser feito já. A sobrevivência de clubes tradicionais com vínculos a nossa história e cultura esportivo demandam mudanças.

Não basta apontar para os erros administrativos, a corrupção e a falta de gestões competentes como a causa maior para a decadência do nível atual do futebol.

O futebol e os outros esportes olímpicos estão entrando na CTI. Alguns clubes já estão nas unidades de tratamento intensivo e, sinceramente, com poucas chances de reverterem o quadro atual.

Algo tem que ser feito Já!

Seleção Não É Para Teste

Opinião: A importância da experiência.

Faltou EXPERIÊNCIA para o Renan liderar a equipe de volley masculina às finais. Um Técnico para atuar, principalmente em uma Olimpíada, precisa de km rodada e de experiência de jogo em competições de alto-nível.

Tudo faz parte de um processo. Dirigir uma Seleção ou uma equipe profissional não é para teste. Não basta ter sido bom jogador.

Infelizmente a política esportiva no Brasil, para a escolha de um técnico, não é baseada em um histórico de competência e sim em quem pode  liderar o grupo sem problemas e conflitos com os jogadores.

O Renan não é um técnico ruim, é um técnico em formação, e não merece a crítica, porém a ele foi dada uma responsabilidade sem estar preparado para tal.

Esta derrota o rotulou como um técnico incompetente e perdedor e isto será um  obstáculo que exigirá muito do Renan para poder recuperar o respeito profissional perdido nesta Olimpíada.

Walter Carvalho, Consultor Técnico para o Basquetebol nos EUA.

A Jornada De Um Técnico Brasileiro No Exterior

Lições Aprendidas 3

Perder de pouco é perder. Ganhar de um time forte e perder de um time medíocre é um desastre.

Trabalhar como técnico de basquetebol no exterior não é fácil. A pressão é enorme. Você tem que ganhar, senão vc está fora.

Notem que enquanto vc está na quadra  treinando a sua equipe, agentes, representando técnicos de outros países, estão em comunicação com os dirigentes do clube oferecendo os profissionais que eles representam.

Infelizmente, devido a falta de uma representatividade efetiva do nosso basquetebol em competições internacionais de alto-nivel, o nosso trabalho se torna muito mais difícil.

O Brasil é reconhecido mundialmente como o país do futebol. A história e a tradição do nosso basquetebol de outrora, não nos ajuda mais.

Uma vez um Príncipe Árabe conversando comigo disse que eu seria o único brasileiro a ser contratado pelo clube, pois o Board of Directors queria que o próximo técnico fosse do leste Europeu ou Americano.

Com muita dedicação e sendo forçado a usar estratégias diferenciadas, consegui dirigir equipes e seleções nacionais de outros países, chegando a quebrar o recorde de permanência de um técnico estrangeiro no mesmo clube por um período de 13 anos.

Porém, todo ano era um novo desafio. Tinha que provar que era bom e ganhar para continuar empregado. A manutenção de um cargo de tecnico no exterior, só acontece quando vc ganha jogos e campeonatos.

Aprendi que toda vez que eu entrava na quadra era uma oportunidade para melhorar e buscar a excelência junto com os meus jogadores. Convicção e LIDERANÇA eram ingredientes importantíssimos na luta pela sobrevivência.

Mesmo com contrato assinado e reconhecido pela FIBA e embaixada, no momento em que você não consegue ganhar, eles te mandam embora.

Hoje em dia presto consultoria técnica para técnicos de todos os níveis e experiências nos EUA.

Fundei, também, a minha própria empresa de treinamentos para jogadores amadores e profissionais.

Com a Benção de Deus e muito trabalho, o meu trabalho e reputação são reconhecidos na terra do Tio Sam.

Devo este sucesso a filosofia audaciosa e diferenciada do Flow-Ball.

Aprendi durante os 30+ anos de experiencia no exterior de que eu não ganharia das equipes rivais e de melhor talento individual jogando da mesma forma que eles. Por esta razão , eu criei a filosofia Flow-Ball.

Utilizar as mesmas jogadas e o mesmo tempo para alternâncias defensivas e ofensivas não eram soluções para eu poder manter o meu cargo.

Após muito estudo, principalmente, análises matemáticas de jogos, eu consegui visualizar e colocar em prática uma filosofia de jogo diferenciada “Flow-Ball”.

Para maiores informações sobre a filosofia Flow-Ball, leia alguns dos artigos que eu escrevi neste blog ou compre o e-book na Amazon.com ou na lulu.com.

Estou disponível, para palestras e clinicas online e on-site

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